A Trapiá Cia Teatral é formada por artistas das áreas do teatro, música, dança, circo e artes visuais com longa bagagem artística em seus currículos, que decidiram se juntar para desenvolver novas pesquisas no campo da teatralidade, desde o processo formativo teórico até os processos de montagem de espetáculos, partindo de textos adaptados e/ou inspirados em obras literárias e/ou científicas. A primeira montagem foi P’s (2015) de Gregory Haertel inspirada na obra de Michel Foucault, “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão. Este espetáculo circulou por 25 cidades brasileiras de todas as regiões em 2018 através do Palco Giratório do SESC Brasil. A segunda montagem foi Chico Jararaca (2018) de Francisco Félix, também inspirada em obras não teatrais, sendo elas: “Nunca matei ninguém!” de Carlos Lyra e “O fogo da pedreira: a saga do ataque da polícia ao bando de Antônio Silvino em Caicó” de Orlando Rodrigues.
Como temos um bonequeiro como um dos fundadores e estando presente em todas as montagens, mesmo que o espetáculo não seja especificamente de formas animadas, elas aparecem durante a encenação. Em P’s (temos a imagem da tia realizada com um cesto, já em Chico Jararaca temos a onça que se faz presente através da utilização de um chale de tricô sobre uma cadeira de balanço).
Uma das características da Trapiá é falar do lugar em que ela se encontra, o sertão, por acreditar que ao falar do seu lugar está falando do mundo e se relacionando universalmente com todos os povos. A Trapiá Cia Teatral se coloca no sertão do Seridó Potiguar como um coletivo orgânico e que busca aprimorar a cada dia sua performance, focando no lugar de fala de cada um de seus agentes e com as expertises compartilhadas por todos num processo colaborativo de ação artística.
Em 2019 foram iniciadas duas novas montagens. A primeira, a montagem do espetáculo “Menino Pássaro” de Afonso Nilson, livremente inspirado em cordel de Edcarlos Medeiros. Esta foi a primeira experiência do coletivo em relação a montagem de espetáculo para crianças. O segundo trabalho foi “Condenadxs” de Lourival Andrade, inspirado na peça “Esta propriedade está condenada” de Tennessee Williams. Esta montagem foi produzida com financiamento da Fundação José Augusto através do Edital de Fomento à Cultura Potiguar 2019.
O ano de 2020 foi um período atípico com a pandemia da COVID-19, neste sentido a Trapiá manteve seus ensaios de forma remota e também iniciou um processo de construção de novos espetáculos e projetos. Assim nasceram os espetáculos “1877” e “As pelejas de Baltazar” que foram apresentados de forma remota em leituras dramatizadas com recursos da Lei Aldir Blanc da Fundação José Augusto/Governo Federal.
Chegamos em 2021 com quatro espetáculos em processo de montagem aguardando o fim do isolamento social e a vacinação para colocarmos na rua e nos palcos estes trabalhos tão importantes para a companhia.
Em 2022 estreamos três espetáculos de forma presencial. No primeiro semestre “Menino Pássaro” e “Condenadxs”. No segundo semestre “As pelejas de Baltazar” de Emanuel Bonequeiro, espetáculo que traz a força do João Redondo para contar as sagas de Baltazar, personagem tradicional deste gênero de teatro de animações.
No ano de 2023 mais um espetáculo nasceu – 1877 de Lourival Andrade – que estreou no Teatro Alberto Maranhão em Natal/RN.
Em 2024 estreou a intervenção teatral “O marujo do Queijo” que se apresentará em queijeiras que produzem o queijo artesanal no Rio Grande do Norte. Este projeto tem o patrocínio do SEBRAE RN, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Governo Federal.
A Trapiá Cia Teatral já realizou com seus espetáculos 235 apresentações em 73 cidades de 16 estados e Distrito Federal. Recebeu 22 prêmios e indicações em festivais de teatro e atingiu um público aproximado de 19 mil pessoas.